9 de abril de 2010

Imagens

Um dos cartazes da Semana de Arte Moderna, satirizando os grandes nomes da música, da literatura e da pintura.

Da esquerda para a direita: Brecheret, Di Cavalcanti, Menotti del Picchia, Oswald de Andrade e Helios Seelinger.
Anita Malfatti, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade. Por ocasião da Semana de Arte Moderna, Tarsila se encontrava em París e, por esse motivo, não participou do evento.

Capa de Di Cavalcanti para o Catálogo da Exposição.

Um dos cartazes colocados no Teatro Municipal de São Paulo, anunciando a Semana de Arte Moderna.

Abaporu, Tarsila do Amaral, óleo sobre tela, 1928. A obra é importante porque marca o início do movimento antropofágico, manifestação artista da década de 20.

Imagem de Tarsila do Amaral

Características Gerais da Prosa Modernista

Mudança do foco de interesse:
  • Importância menor da ação e do enredo (a estória é meio, é pretexto);
  • Análise dos mecanismos psicológicos e sociais;
  • Análise profunda das personagens - dúvidas, conflitos interiores - em derimento das ações exteriores;
  • Abandono das limitações impostas pela lógica; interesse pelo inconsciente, pelos sonhos, pela fantasia.

Modificação da estrutura romanesca:
  • Nova técnica de apresentação das personagens: o autor não traça retratos definitivos. A personagem vive, e cabe ao leitor conhecê-la e julgá-la;
  • Revelação da consciência em operação: utilização do fluxo de consciência ("Stream of consciousness");
  • Preferência pelo tempo psicológico: a memória ganha importância na estruturação narrativa;
  • Subversão da ordem cronológica, multiplicação de planos temporais.

Abertura:
  • Multiplicidade de sentidos e interpretações;
  • Solicitação do leitor, que participa da obra como um co-autor.

Rompimento com os preceitos da gramática e da retórica:
  • Coloquialismo da linguagem;
  • Anulação dos limites entre linguagem literária e não literária;
  • Texto literário estruturado como montagem das várias linguagens sociais;
  • Desrespeito à norma gramatical.

Características Gerais da Poesia Modernista

Rompimento com os preceitos da gramática e da retórica:
  • Ausência de metrificação, emprego do verso livre;
  • Aproveitamento poético da linguagem cotidiana;
  • Emprego de palavras consideradas tradicionalmente não poéticas;
  • Pontuação e ritmo livres;
  • Desrespeito às normas gramaticais.

Volta à espontaneidade:
  • Apreensão imediata de breves momentos líricos;
  • Libertação da lógica aparente;
  • Emprego de imagens não lógicas;
  • Valorização da conotação;
  • Hermetismo;
  • Automatismo psíquico.

Busca de síntese:
  • Busca do essencial poético com o mínimo de artifício;
  • Emprego das palavras em liberdade;
  • Desprezo pela sintaxe tradicional;
  • Antidiscursivismo.

Amplitude temática:
  • Ausência de limites entre o poético e o não-poético: tudo pode ser tema de poesia;
  • Interesse pelo homem comum, pela ordem social, pelo cotidiano;
  • Abandono da concepção de arte como imitação;
  • Gosto da ironia e da polêmica;
  • Poesia participante, empenhada na realidade contemporânea;
  • Tendência à abertura, à multiplicidade de sentidos e interpretações.

Novas Tendências

A partir de 1950, surgem tentativas diferentes na poesia brasileira, dentre as quais se destaca o Movimento Concretista.
Dando por encerrado o ciclo histórico do verso como unidade rítmico-formal, a poesia concreta começa por tomar consciência do espaço gráfico como agente estrutural. Adota-se um processo analógico de construção em lugar do discursivo linear. As palavras tornam-se objetos "verbivocovisuais" que participam das vantagens da comunicação não verbal, sem abdicar das virtualidades semânticas.
Veja-se, como exemplo, o poema de José Paulo Paes, "Epitáfio para um Banqueiro" em que se secciona a palavra negócio para sugerir ironicamente a essência de um banqueiro que afinal se identifica com o nada, o zero:

Epitáfio para um Banqueiro

negocio
  ego
      ocio
        cio
          o

Grande parte da contribuição dos concretistas para a poesia contemporânea relaciona-se com a reflexão sobre "o fazer poético", a qual colocou em evidência alguns conceitos fundamentais:
  • O conceito da obra aberta: Uma obra de arte é uma estrutura que apresenta múltiplas possibilidades de interpretação, solicitando a participação criativa do intérprete que atualiza uma ou algumas de suas potencialidades significativas;
  • A palavra-objeto: No poema, cada palavra e todo o conjunto é tomado como um ideograma que representa tudo aquilo que significa;
  • A noção da taxa de informação: Um texto literário é analisado em função do jogo entre previsibilidade e imprevisibilidade; quanto maior a imprevisibilidade das combinações, maior a taxa de informação;
  • O conceito de colagem: O texto é produzido como montagem de fragmentos deslocados de seu contexto de origem; da justaposição dos elementos de naturezas distintas surge uma nova estrutura cujo sentido é diferente do sentido das unidades que a compõem.

8 de abril de 2010

3ª Fase do Modernismo Brasileiro - 1945 em diante

Características:
  • A ficção desenvolve a sondagem interior;
  • A linha regionalista acrescenta à análise social as preocupações metafísicas e universalistas;
  • Renova-se a estrutura narrativa, devido à aguda consciência do fazer literário;
  • Exploram-se as potencialidades da linguagem;
  • A poesia volta-se para preocupações de caráter formal, busca-se a essência do poético, a linguagem despoja-se, os poetas demonstram aguda consciência estética;
  • Manifesta-se a tendência ao intelectualismo e ao hermetismo;
  • Desenvolvimento do teatro e da crítica literária.

Autores representativos:
  • Poesia: João Cabral de Melo Neto, Carlos Drummond de Andrade;
  • Prosa: Guimarães Rosa, Clarice Lispector, Adonias Filho, Autran Dourado, Osman Lins;
  • Teatro: Nelso Rodrigues, Ariano Suassuna, Dias Gomes, Maria Clara Machado.

2ª Fase do Modernismo Brasileiro - 1930 a 1945

Características:
  • Fase de maior estabilidade e de ampliação das conquistas modernistas;
  • A poesia, abandonando o tom predominantemente humorístico e irreverente da fase anterior, demonstra preocupações sociais, universalistas e metafísicas;
  • A prosa evolui em duas direções: o regionalismo neonaturalista de cunho social e a pesquisa psicológica, introspectiva.

Autores representativos:
  • Poesia: Jorge de Lima, Augusto Federico Schmidt, Murilo Mendes, Tasso da Silveira, Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade;
  • Prosa regionalista: José Américo de Almeira (A Bagaceira), Mário de Andrade (Macunaíma), Rachel de Queirós, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado;
  • Prosa psicológica: Cornélio Pena, Otávio de Faria, Lúcio Cardoso, Marques Rebelo, José Geraldo Vieira.

1ª Fase do Modernismo Brasileiro - 1922 a 1930

Características:
  • Busca de inspiração nas raízes da nacionalidade: Brasil pré-cabralino, índio, cultura provinciana de faixa litorânea com tradições coloniais, marcha para o oeste;
  • Influência das correntes de vanguarda européia e estadunidense;
  • Espírito polêmico e destruidor: anarquia, irracionalismo, manifestos, luta contra a tradição, mais destruição que construção;
  • Nacionalismo intransigente.

Obras representativas: Pau-Brasil, Memórias Sentimentais de João Miramar (Oswald de Andrade), Paulicéia Desvairada, A Escrava que não é Isaura, Amar, Verbo Intransitivo (Mário de Andrade).